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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

24º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Saber Perdoar!!!

Estamos num mundo dominado pela violência, fruto da corrupção que se instalou no nosso coração, sobretudo, dos ricos e dos governantes. E, para controlá-la, usam as armas e a violência, sem pensar que "a violência gera mais violência". E muitos clamamos por justiça e por vingança. Todas estas atitudes, além de não resolver os problemas, aumentam o mal estar do mundo. O nosso estimado papa Francisco publicou um livro com este título: "Misericórdia é o outro nome de Deus". Ele está fundamentado na Palavra de Deus que, desde o início da humanidade, tem pena de nós e prometeu escolher outra mulher que seria a mãe do Salvador, o Filho de Deus. Ele, que veio participar da nossa história para ensinar-nos a viver como seres humanos, em paz e harmonia, a pagar com o seu sangue e a sua morte o nosso pecado e, com a sua Ressurreição, abrir-nos as portas para a vida eterna. 

Este gesto de misericórdia e de perdão está em todas as páginas da Bíblia, como distintivo dos filhos da luz, em contraste ao rancor e ao ódio que são as características dos filhos das trevas. Isto nos é apresentado em todas as leituras da missa deste domingo. O Livro do Eclesiástico (Eclo. 27,33-28,9) afirma: "O rancor e a raiva são coisas detestáveis: até o pecador procura dominá-las". Com elas é impossível ter paz em nossa consciência e saúde em nosso corpo. Por isso continua perguntando: "Se alguém guarda raiva contra o outro, como poderá pedir a Deus a cura? Se não tem compaixão do seu semelhante, como poderá pedir perdão de seus pecados?". E termina aconselhando: "Pensa nos mandamentos e não guardes rancor ao teu próximo. Pensa na aliança do Altíssimo e não leves em conta a falta alheia!".

Na Carta de São Paulo aos Romanos (Rm. 14,7-9) veremos que nós estamos neste mundo para demonstrar o nosso amor a Deus trabalhando, não para acumular riqueza, sim para que não falte o necessário a nenhum dos nossos irmãos: Lá diz: "Irmãos, ninguém entre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto: para ser o Senhor dos mortos e dos vivos." 

O Evangelho de Mateus (Mt. 18,21-35) apresenta-nos a Pedro perguntando a Jesus: "Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete". E continuou contando-lhes uma parábola para que todos entendamos que se Deus nos perdoa o pecado que cometemos, destruindo todas as coisas que Ele criou para nós, e desprezando os seus ensinamentos, para seguir as teorias mentirosas dos homens. Por isso, também nós devemos perdoar as pequenas ofensas que possamos receber dos nossos irmãos. E termina o evangelho lembrando o que Ele ensinou-nos a pedir no Pai Nosso: "Perdoai as nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos ofendeu". 

Se não perdoamos, não seremos perdoados!

Monsenhor Antonio 



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