Celebramos a festa de Cristo Rei do Universo. Esta é
uma verdade da qual todos nós estamos convencidos. Ele é Rei do Universo como
Filho de Deus e é Rei como homem. Como Deus, é Rei porque com a sua palavra
criou todas as coisas, e por isso, Ele é o Senhor de todo o universo. Mas ele é
também Rei como homem porque, com sua palavra e com e seu exemplo ensinou-nos a
viver como gente e, com a sua paixão e morte na cruz, reparou o nosso pecado e
restabeleceu a nossa amizade com o Pai. A partir deste momento podemos rezar:
"Pai nosso".
Ele veio para ser o Rei de todos nós. Esta foi a
resposta que ele deu a Pilatos que lhe perguntou: "Logo, tu és Rei".
E ele respondeu: "Eu sou Rei! Por
isso eu nasci, e por isso vim a este mundo para dar testemunho da Verdade, e
todo aquele que é amigo da verdade escuta a minha voz". Com estas
palavras, ela revela-nos uma verdade que todos ignoramos ou esquecemos até
hoje: Só existe uma Verdade! E esta Verdade é Deus. Como existe uma única
Autoridade, e ela é Deus. Isto quer dizer que a Autoridade e a Verdade se
confundem, vão sempre juntas, e que as duas só se encontram em Deus. Negando a
Deus negamos a Verdade e perdemos toda a autoridade. O resultado é o mundo que
é uma mentira, onde desapareceu todo tipo de autoridade, e fica dominado pela
corrupção e pela violência.
Esta verdade é-nos claramente esclarecida por Jesus,
quando disse a Pilatos que se gloriava de ter o poder para libertá-lo e para
condená-lo à morte: "Você não teria
autoridade alguma sobre mim, se não a tivesse recebido do alto". Dizendo
isto, Jesus garante que toda autoridade vem de Deus. Ele é a Autoridade e a
partilha com os que dela precisam e desejam recebê-la: os pais, os mestres, os
governantes, tanto civis como religiosos, e todos os que dela precisam para
cumprir a missão que lhes é confiada. Por isso, quem despreza a Deus, perde
toda a autoridade, e, a partir deste momento, é impossível estabelecer a ordem
e manter a paz, mesmo usando a força física, a violência, e as armas. Esta é a
triste realidade que nós estamos vivendo.
Quando entramos a fazer parte do povo de Deus,
recebendo o Sacramento do Batismo, a Igreja lembrou-nos que, a partir daquele
momento, já começamos a participar da missão sacerdotal, profética, e régia de
Jesus. Desta forma, devíamos ter ficado conscientes de que, pelo sacramento do
batismo, assumíamos o mesmo compromisso assumido por Ele, ao ser batizado por
João Batista: ser a presença do Pai no meio do seu povo. Infelizmente, naquele
momento éramos incapazes de compreender nada disto, e depois ninguém nos falou
mais nada. E agora, em lugar de defender a justiça e promover a paz para todo o
povo de Deus, colaboramos com a corrupção e a fome que castiga a maior parte de
humanidade. Como sacerdotes, todos devemos trabalhar para o bem-estar de todos.
Como profetas, devemos defender sempre a justiça e proteger os injustiçados.
Assim, descobrimos a nossa dignidade de filhos de Deus, vivendo num mundo de
paz e de felicidade com todos os nossos irmãos. Esta é a missão que Deus nos
confiou e da qual todos nós deveremos prestar contas.
Cristo Rei deve lembra-nos de que também nós
participamos de sua realeza.
Monsenhor Antonio
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