Celebramos a Páscoa de Jesus de Nazaré, e não de
Jesus como Filho de Deus. Porque Deus não pode celebrar a Páscoa, Ele é
Onipotente e Eterno. E, por isso, n’Ele não é possível mudança alguma.
Participamos da Páscoa de Jesus, como homem, porque ele veio nos mostrar como
podemos transformar a nossa vida num manancial de paz, para poder partilhar com
os nossos irmãos, observando os dez mandamentos, transformar o mundo num lugar
de paz e de felicidade, e tornar-nos merecedores da vida eterna. Jesus, como
homem, indicou-nos o caminho. Assim, celebrar a Páscoa é assumir a nossa páscoa
seguindo os passos de Jesus.
Este é o exemplo que São Pedro nos dá na Primeira
Leitura deste domingo (At 4,8-12):
"Pedro, cheio do Espírito Santo, disse: ‘chefes do povo e anciãos, hoje
estamos sendo interrogados por termos feito bem a um enfermo e pelo modo como
foi curado. Ficai, pois, sabendo todos vós e todo o povo de Israel, é pelo nome
de Jesus Cristo, de Nazaré - aquele que vós crucificastes e que Deus
ressuscitou dos mortos - que este homem está curado diante de vós. Jesus é a
pedra que vós construtores rejeitastes e que se tornou a pedra angular. Em
nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos
homens pelo qual possamos ser salvos’". Este fato nos lembra a
promessa de Jesus: "Quem acreditar
em mim, fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores".
O exemplo de São Pedro é confirmado por São João na
Segunda Leitura (1João 1-2) que afirma: "Caríssimos,
vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de
Deus! E nós o somos! Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai.
Caríssimos, desde já, somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que
seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele,
porque o veremos como ele é". Com estas palavras, São João nos
confirma duas verdades: A primeira verdade é que Pedro conheceu o Pai através
de Jesus, e acreditou na promessa que ele fez: "Quem crer em mim, fará as obras que eu faço e fará ainda
maiores". A segunda, pela mesma razão, reconheceu o seu irmão no homem
doente, e imitou o gesto de Jesus, fazendo o milagre. Assim, os primeiros
discípulos de Cristo nos ensinam que também nós devemos partilhar tudo o que
possuímos, e sobre tudo a nossa fé, para que todos tenham uma vida feliz.
Jesus, no Evangelho (João 10, 11-18), como exemplo
para todos os seus seguidores se identifica com a figura do Bom Pastor. Quando
pensamos nesta comparação tão simpática, devemos lembrar que esta é a maneira
com que ele trata a cada um dos seus seguidores, e que é o exemplo que nós
devemos imitar no trato com os nossos irmãos. De alguma forma, todos nós temos
a missão do Bom Pastor. É a figura que melhor nos manifesta a maneira como
todos nós gostamos de ser tratados e, também um exemplo como todos nós devemos
tratar os nossos irmãos. Podendo afirmar que, na figura do Bom Pastor, Jesus
nos mostra a teoria, depois, ele e os seus primeiros discípulos Pedro e João,
apresentam-nos na prática, para que nós os imitemos. Esta é a nossa Páscoa, que
não é só um dia, mas devemos viver toda a nossa vida. Ela está resumida nos dez
mandamentos, que nos foram entregues através de Moisés, e que Jesus resumiu em
dois: "Amar a Deus sobre todas as
coisas, e ao próximo como a nós mesmos". Por desprezar a Deus e,
tratar os outros como objetos, a Paz do Cristo Ressuscitado transformou-se para
nós em corrupção e violência. Isto não é Páscoa!
Monsenhor
Antonio
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