São Marcos (Marcos 10, 17-32) nos conta: "Quando Jesus saiu de novo para
caminhar, um homem foi correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: ‘Bom
Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?". Esta também é a
pergunta que se faz hoje a maior parte da humanidade: "Que devo fazer para descobrir a alegria de viver?". Jesus
respondeu: "Guarda os mandamentos!". E lembrou-lhe só aqueles
mandamentos que se referem ao nosso próximo. Ele ficou alegre quando o homem
lhe disse: "Mestre, desde jovem
tenho observado todas essas coisas". Jesus lhe disse: "Falta uma só coisa para você fazer:
Vá, venda tudo, dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois
vem e segue-me". Não é esta a história da maioria dos cristãos:
procura a alegria de viver, pensa que está cumprindo os mandamentos, porém,
esquece que muitos precisam dele, mas ele prefere as coisas materiais. O gesto
do homem é imagem viva do nosso povo: "Foi
embora-mais abatido que antes!". Continuou acumulando riquezas sem
preocupar-se com os outros.
A Palavra de Deus deste domingo nos dá a solução que
todos nós procuramos: a alegria de viver. Mas precisamos ler com atenção e
meditar bem as suas palavras. A Bíblia nos apresenta o plano de Deus, e nós nos
prendemos quase exclusivamente às coisas materiais, até fazer-nos seus
escravos, e tornarem-se a causa de todos os nossos sofrimentos. Não é esta a
situação que Deus preparou para nós. "Deus
quer paz para o seu povo", ouvimos muitas vezes. Todas as coisas
criadas proclamam esta verdade. E a Páscoa é a prova mais evidente e definitiva
das Palavras de Jesus: "Quem nele
acreditar está salvo, quem não acreditar está condenado".
O Filho de Deus assumiu a nossa natureza humana para
mostrar-nos que todo ser humano vem de Deus e volta para Deus, se Ele quiser.
Por isso ele afirma: "Eu vos dei
exemplo para que vocês façam a mesma coisa”. Não existe outro caminho para
descobrir a alegria de viver, a felicidade para a família, a paz para o mundo,
e até a certeza da vida eterna. Por isso, ele garante: "Ninguém vai ao Pai senão por mim". Isto não é teoria, é
vida.
Jesus começa falando-nos do Pai. Diz que o Pai nos
ama, e que, como alimenta os passarinhos do céu e veste as flores do campo,
cuida também de nós. E nos convida a rezar, não só para pedir coisas ou fazer
promessas, mas para que façamos sempre a sua vontade, e colaboremos na
construção de um mundo fraterno. Ele enviou seu Filho, feito homem, para ser o
nosso irmão, e com a sua vida, sofrimento e morte, reparasse o nosso pecado, e
restabelecesse a nossa amizade com Ele. E ensinou-nos que, como Ele nos
perdoou, também nós devemos perdoar.
Na hora de sua morte, pouco antes de dar o último
suspiro, disse para MARIA: "Este é
teu filho", depois disse para João: "Eis a tua Mãe". E ele a acolheu "na sua casa". Isto quer dizer que a acolheu: como a Mãe
de todo Povo de Deus. No dia da sua ressurreição, disse para a Maria Madalena: "Vá, e diga aos meus irmãos..."
Jesus chama todos os seus seguidores de irmãos. Ele é o primogênito. Assim,
somos convidados a fazer parte da grande família: onde Deus é o Pai de todos,
Maria foi a escolhida para ser a Mãe, e Jesus se fez nosso irmão. A fonte de
toda a felicidade que nós procuramos está no Amor que existe entre nós. Quando
não temos paz e felicidade é porque trocamos o Amor pelo egoísmo,
esquecendo-nos de que somos filhos do Amor de Deus e feitos para amar. Por isso
termina dizendo: "Isto é o que eu
vos ordeno: amai-vos uns aos outros".
Monsenhor Antonio
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