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sábado, 4 de agosto de 2018

18º Domingo do Tempo Comum - ESCRAVOS DA MATÉRIA


Uma vez eu ouvi esta afirmação: “A vida é uma roda que se repete periodicamente.” Naquele tempo, eu estranhei a afirmação, sem conseguir entender o significado, ainda que hoje deva reconhece que esta verdade é tão antiga como a vida do homem sobre a terra. O grande pecado do homem, que é a causa de todos os males que atingem a humanidade, é desconfiar da Providência Divina. Nós somos capazes de acreditar em qualquer charlatão de esquina de rua, mas duvidamos sempre da palavra de Deus. Este foi o pecado dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, e, por isso, deixaram de ser os pais do povo de Deus, por duvidar da palavra de Deus e acreditar nas palavras diabólicas da serpente. Este é o triste exemplo que se repetiu durante toda a história da humanidade e continua até hoje, mesmo sabendo que esta é a causa de todos os sofrimentos que atingem a todos.
          Hoje, a palavra de Deus lembra-nos de alguns fatos históricos que aconteceram e estão escritos na Bíblia, para que pensemos e não sejamos envolvidos na mesma maneira de pensar e de agir. O primeiro fato (Ex.16,2-15) apresenta o exemplo do povo de Israel, que Deus libertou, por intermédio de Moisés, da escravidão do Egito, abriu as águas do mar vermelho para ficarem livres dos soldados do Faraó, os sustentou com alimentos e água, porque no deserto não existe nada para comer nem para beber. Ao aparecer qualquer dificuldade, em lugar de agradecer e confiar na bondade de Deus, ficaram revoltados e começaram a criticá-Lo.
          No Evangelho (João 6,24-35) nos conta que a mesma multidão que, um dia antes, Jesus havia alimentado com os cinco pães e dois peixes, que um menino ofereceu para serem distribuídos para o povo, quando, no dia seguinte, Ele chegou em Cafarnaum, com os seus discípulos, a mesma multidão já O estava esperando, não para agradecer, mas esperando um novo milagre. Então eles perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus? Jesus respondeu: “A obra e Deus é que acrediteis naquele que Ele enviou”. Eles perguntaram: “Que sinal realizas para que possamos ver e acreditar em ti?”
          Estes dois fatos são suficientes para que sintamos que nós estamos errados na nossa maneira de agir: gostamos muito de pedir e, algumas vezes, até nos revoltamos. Porém, raramente, nos lembramos de agradecer. Até fazemos muitas promessas, que nos esquecemos de cumprir. E, quando as coisas não vão como nós queremos, ou são erradas, ainda afirmamos: Vão como Deus quer! Quando nos tornamos escravos das coisas materiais, é difícil ouvir e entender a palavra de Deus. O apego às coisas materiais nos impede valorizar os bens espirituais.  

                            

                                                   Monsenhor Antonio 






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