Uma vez eu ouvi esta
afirmação: “A vida é uma roda que se repete periodicamente.” Naquele tempo, eu
estranhei a afirmação, sem conseguir entender o significado, ainda que hoje
deva reconhece que esta verdade é tão antiga como a vida do homem sobre a
terra. O grande pecado do homem, que é a causa de todos os males que atingem a
humanidade, é desconfiar da Providência Divina. Nós somos capazes de acreditar
em qualquer charlatão de esquina de rua, mas duvidamos sempre da palavra de
Deus. Este foi o pecado dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, e, por isso,
deixaram de ser os pais do povo de Deus, por duvidar da palavra de Deus e
acreditar nas palavras diabólicas da serpente. Este é o triste exemplo que se
repetiu durante toda a história da humanidade e continua até hoje, mesmo
sabendo que esta é a causa de todos os sofrimentos que atingem a todos.
Hoje, a palavra de Deus lembra-nos de
alguns fatos históricos que aconteceram e estão escritos na Bíblia, para que
pensemos e não sejamos envolvidos na mesma maneira de pensar e de agir. O
primeiro fato (Ex.16,2-15) apresenta o exemplo do povo de Israel, que Deus
libertou, por intermédio de Moisés, da escravidão do Egito, abriu as águas do
mar vermelho para ficarem livres dos soldados do Faraó, os sustentou com
alimentos e água, porque no deserto não existe nada para comer nem para beber.
Ao aparecer qualquer dificuldade, em lugar de agradecer e confiar na bondade de
Deus, ficaram revoltados e começaram a criticá-Lo.
No Evangelho (João 6,24-35) nos conta
que a mesma multidão que, um dia antes, Jesus havia alimentado com os cinco
pães e dois peixes, que um menino ofereceu para serem distribuídos para o povo,
quando, no dia seguinte, Ele chegou em Cafarnaum, com os seus discípulos, a
mesma multidão já O estava esperando, não para agradecer, mas esperando um novo
milagre. Então eles perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de
Deus? Jesus respondeu: “A obra e Deus é que acrediteis naquele que Ele enviou”.
Eles perguntaram: “Que sinal realizas para que possamos ver e acreditar em ti?”
Estes dois fatos são suficientes para
que sintamos que nós estamos errados na nossa maneira de agir: gostamos muito
de pedir e, algumas vezes, até nos revoltamos. Porém, raramente, nos lembramos
de agradecer. Até fazemos muitas promessas, que nos esquecemos de cumprir. E,
quando as coisas não vão como nós queremos, ou são erradas, ainda afirmamos:
Vão como Deus quer! Quando nos tornamos escravos das coisas materiais, é
difícil ouvir e entender a palavra de Deus. O apego às coisas materiais nos
impede valorizar os bens espirituais.
Monsenhor Antonio
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