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sábado, 27 de outubro de 2018

30º Domingo do Tempo Comum - PERDIDO NA ESTRADA


Com estas palavras podemos centralizar toda a mensagem que Deus nos convida a meditar durante a nossa celebração deste domingo. Embora hoje, não seja só um perdido na estrada, mas milhões de homens, de mulheres, e de crianças, que andam perdidos pelo mundo, procurando um país onde sejam acolhidos, um lugar para construir o seu barraco, ou um serviço para sustentar a família, enfrentando todos os perigos da terra e do mar. Suportando a humilhação e o desprezo de toda a
sociedade, das autoridades que dominam os povos, e que deveriam cuidar deles, mas preferem ignorar que eles existem. São bilhões de seres humanos         que vivem, hoje, nesta situação; e nós, tal vez, estranhemos que Deus nos convide a pensar neles, neste domingo.
          Todos nós sabemos que Deus construiu um grande e bonito jardim para morada de todos os seus filhos, e repete com frequência: “A terra é minha!” De fato, quem se julgar ser o dono, precisará deixar a terra e ficará para outros. E quem prestará contas pela sua administração? Jesus nos adverte que precisará prestar contas, e de acordo com elas, receberá a recompensa.
          Jesus resume toda a mensagem na pessoa do filho de Timeu que, por ser cego, estava sentado à beira do caminho, pedindo esmola (Mc 10,46-52) “Quando ouviu dizer que, Jesus, o nazareno, estava passando, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”Muitos o repreendiam para que ele se calasse.” Porque eles queriam ouvir o que Jesus estava falando; como nós, que não temos muito interêsse em ouvir a palavra de Deus, porém, ainda nos incomodam mais os problemas dos irmãos. “Mas Jesus parou, deixou de falar, e disse: “Chamai-o!” Para ensinar-nos que o mais importante não são as palavras, e sim as obras. Que o mundo está nesta situação, porque todos vemos a realidade, uns ficam rezando, outros ficam lamentando, mas faltam os gestos da verdadeira justiça que é o fundamento da paz e da felicidade social. “Eles o chamaram e disseram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama! O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. Então Jesus lhe perguntou: “O que queres que  Eu te faça?”O cego respondeu: “ Mestre, que eu veja!”Jesus disse: “Vai a tua fé te curou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho.”
           O nosso estimado papa Francisco quis chamar a atenção sobre este problema no mundo de hoje, deixando o Vaticano para fazer uma rápida visita ao Parlamento Europeu, para cumprimentar os Parlamentares e pedir-lhes que abrissem as portas de Europa para os emigrantes e: “Não queiram transformar o Mar Mediterráneo num cemitério.”Uns dias antes, ele deixou o Vaticano para visitar aquela ilha,  no sul de Itália, onde milhares emigrantes que, para fugir da guerra e da fome, morrem afogados. Depois de fazer uma prece, jogou uma coroa de flores ao mar.
          Este é o resto do povo de Israel que Jesus veio reunir, e de que nos fala o                                                                                              profeta Jeremias (31,7-9).Do resto de Israel fazia parte o cego de Jericó, e fazem parte, também, todos estes milhões de homens, de mulheres e de crianças que andam procurando um lugar no mundo. Eles representam um problema para a sociedade, são mão de obra barata para os ricos, e instrumento para serem usados pelos poderosos. Mas são os preferidos de Deus. Para eles Jesus garante: “Felizes vós os pobres porque vosso é o Reino do céu.” Jesus diz, também:”Ai de vós ricos!Porque já receberam a recompensa!”

Monsenhor Antonio






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