Com estas palavras podemos
centralizar toda a mensagem que Deus nos convida a meditar durante a nossa
celebração deste domingo. Embora hoje, não seja só um perdido na estrada, mas
milhões de homens, de mulheres, e de crianças, que andam perdidos pelo mundo, procurando
um país onde sejam acolhidos, um lugar para construir o seu barraco, ou um
serviço para sustentar a família, enfrentando todos os perigos da terra e do
mar. Suportando a humilhação e o desprezo de toda a
sociedade, das autoridades que
dominam os povos, e que deveriam cuidar deles, mas preferem ignorar que eles
existem. São bilhões de seres humanos que
vivem, hoje, nesta situação; e nós, tal vez, estranhemos que Deus nos convide a
pensar neles, neste domingo.
Todos nós sabemos que Deus construiu
um grande e bonito jardim para morada de todos os seus filhos, e repete com
frequência: “A terra é minha!” De fato, quem se julgar ser o dono, precisará deixar
a terra e ficará para outros. E quem prestará contas pela sua administração?
Jesus nos adverte que precisará prestar contas, e de acordo com elas, receberá
a recompensa.
Jesus resume toda a mensagem na
pessoa do filho de Timeu que, por ser cego, estava sentado à beira do caminho, pedindo
esmola (Mc 10,46-52) “Quando ouviu dizer que, Jesus, o nazareno, estava passando,
começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”Muitos o
repreendiam para que ele se calasse.” Porque eles queriam ouvir o que Jesus
estava falando; como nós, que não temos muito interêsse em ouvir a palavra de
Deus, porém, ainda nos incomodam mais os problemas dos irmãos. “Mas Jesus parou,
deixou de falar, e disse: “Chamai-o!” Para ensinar-nos que o mais importante
não são as palavras, e sim as obras. Que o mundo está nesta situação, porque
todos vemos a realidade, uns ficam rezando, outros ficam lamentando, mas faltam
os gestos da verdadeira justiça que é o fundamento da paz e da felicidade
social. “Eles o chamaram e disseram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama! O
cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. Então Jesus lhe perguntou: “O
que queres que Eu te faça?”O cego
respondeu: “ Mestre, que eu veja!”Jesus disse: “Vai a tua fé te curou”. No
mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho.”
O nosso estimado papa Francisco quis
chamar a atenção sobre este problema no mundo de hoje, deixando o Vaticano para
fazer uma rápida visita ao Parlamento Europeu, para cumprimentar os
Parlamentares e pedir-lhes que abrissem as portas de Europa para os emigrantes
e: “Não queiram transformar o Mar Mediterráneo num cemitério.”Uns dias antes,
ele deixou o Vaticano para visitar aquela ilha, no sul de Itália, onde milhares emigrantes que,
para fugir da guerra e da fome, morrem afogados. Depois de fazer uma prece,
jogou uma coroa de flores ao mar.
Este é o resto do povo de Israel que
Jesus veio reunir, e de que nos fala o profeta
Jeremias (31,7-9).Do resto de Israel fazia parte o cego de Jericó, e fazem parte,
também, todos estes milhões de homens, de mulheres e de crianças que andam
procurando um lugar no mundo. Eles representam um problema para a sociedade,
são mão de obra barata para os ricos, e instrumento para serem usados pelos
poderosos. Mas são os preferidos de Deus. Para eles Jesus garante: “Felizes vós
os pobres porque vosso é o Reino do céu.” Jesus diz, também:”Ai de vós ricos!Porque
já receberam a recompensa!”
Monsenhor Antonio
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