Ser coerente na fé! Esta é a reflexão que a
palavra de Deus nos convida fazer neste domingo. Como sempre é uma reflexão
oportuna e necessária. Oportuna porque, se paramos e pensamos um pouco,
concluiremos que nos falta muita coerência na fé que nós professamos. O que,
possivelmente, nunca pensamos é que a fé que não é coerente não vale nada
diante de Deus. É necessária, porque a fé, se não for coerente, ela é uma fé fingida,
e este pecado é abominado por Deus. A palavra de Deus nos demonstrará que este
é um pecado que corroem a vida religiosa da maioria do povo de Deus e até dos
responsáveis pela religião. Hoje, os meios de comunicação os anunciam e nós
estranhamos estas faltas de coerência, sobretudo quando são cometidos por
religiosos, padres e bispos. Prestemos atenção nas leituras da missa deste
domingo e vejamos o que está escrito na Bíblia.
Começa com um fato lindo da via do profeta Elias (2Rs 17,10-16). Ele nos
mostra a coerência do profeta, e como Deus é fiel e protege aos que provam a
sua coerência na fé através das obras. Elias é o profeta chamado de
“andarilho”, por não poder ficar muito tempo no mesmo lugar porque o rei o
procurava para matá-lo, devido a que pedia para o povo que, não se deixasse
enganar pelas ameaças do rei. que exigia que todos adorassem os falsos ídolos
que as amantes haviam trazido das nações vizinhas, e que continuassem fieis à
aliança feita com Javê. Esta leitura é uma prova de como Deus protege a todos
os que lhe são fiéis, não só acompanhando os passos do profeta, como também
atendendo o pedido em favor daquela viúva que se encontrava em perigo de morrer
de fome, ela e seu filho. Elias a animou com estas palavras:”Assim diz o Senhor,
Deus de Israel: “ A vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não
diminuirá, até o dia em que o Senhor mandar chuva sobre a face da terra. A
farinha da vasilha não acabou, nem diminuiu o óleo da jarra, conforme o que o
Senhor lhe tinha dito por intermédio de Elias.”
Jesus nos pede que tenhamos cuidado com aqueles que gostam de praticar
uma religião de fachada, somente para aparecer, para que ninguém seja enganado
(Mc 12,36-44): “Jesus dizia, no seu ensinamento: Tomai cuidado com os doutores
da lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser cumprimentados nas
praças públicas; das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares
nos banquetes. Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações.
Por isso eles receberão a pior condenação.” Os doutores da lei eram os
responsáveis pela orientação religiosa do povo. Em outro lugar Ele aconselha ao
povo: “Façam o que eles dizem, mas não façam o que eles fazem; porque eles
dizem e não fazem.”
Este conselho de Jesus vai dirigido a eles e a todos nós. Primeiro a
eles, porque eram os responsáveis pela formação religiosa do povo de Deus, e,
por isso, eles mereciam um castigo maior. Vão dirigidas a todos nós, porque fé
é vida; e a vida só têm sentido na medida em que é vivida plenamente. Por isso,
nós não encontramos a alegria de viver, muitas famílias perderam até a idéia do
que é uma família, destruímos a natureza criada por Deus para o bem-estar de
todos, não estamos respeitando a vida de ninguém, e, finalmente, estamos nos suicidando
destruindo a natureza que foi criada para ser o sustento de toda espécie de
vida.
Nós somos vítimas da nossa falta de coerência!
Monsenhor Antonio
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