Todos
os pais esperam com ansiedade o filho e o recebem com muita alegria. Fazem tudo
por ele para que não sinta falta de nada, impedindo que ele desenvolva a
sabedoria que Deus lhe deu. Este gesto que, normalmente, é feito com a melhor
das intenções, se transforma num gravíssimo problema para a pessoa para o resto
da vida, porque mata o espírito de iniciativa que faz parte da sabedoria divina
que Deus dá a todos os seres humanos. Quando os pais fazem até o que as
crianças podem fazer, e as leis do governo proíbem que os menores de idade
trabalhem, teremos um povo vítima da corrupção e da violência. Neste domingo, a
palavra de Deus dá um alerta a todos os pais para que eles imitem o Seu
exemplo. Deus encaminha bem a todas as crianças desde o primeiro momento de sua
existência, mas as leis e as teorias dos homens exigem das crianças o contrário
do que elas gostariam de fazer.
Na primeira leitura tirada do livro
do profeta Jeremias (1,4-19), encontramos estas palavras que podem ser
aplicadas a cada um de nós: “Antes de formar-te no seio materno eu te conheci,
antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações.
Vamos, põe a roupa e o cinto, levanta-te e comunica-lhes tudo que eu te mandar
dizer; não tenhas medo, senão eu te farei tremer na presença deles. Com efeito,
eu te transformarei hoje numa cidade fortificada, numa coluna de ferro, num
muro de bronze contra todo o mundo, frente aos reis de Judá e seus príncipes,
aos sacerdotes e ao povo da terra, eles farão guerra contra ti, mas não
prevalecerão, porque eu estou contigo para defender-te, diz o Senhor.” Assim
Deus nos mostra que Ele é Pai e que cuida com carinho de seus filhos.
O apóstolo São Paulo, na primeira
carta aos cristãos de Corinto (13.1-13) diz que toda a nossa força está no amor
a Deus e ao próximo. Esta é a lei que Deus deu para toda a criação, duma
maneira especial na criação da família. Por isso, foi tão grave o pecado dos
nossos primeiros pais, porque foi uma falta de amor a Deus, à família, e a toda
a natureza criada para servir a toda humanidade. As suas consequências ainda nós
estamos sofrendo e continuarão atormentando a todos até o fim dos tempos. E, se
não imitamos o exemplo de Jesus e não seguimos os seus ensinamentos, podemos
ficar nesta situação por toda a eternidade. Porque “Deus é amor e quem
permanece no amor, permanece em mim e eu nele,” afirma Jesus. Por isso, o
apóstolo resume neste capítulo, tão lindo, a razão da própria vida e da vida de
todos os discípulos de Jesus.
Jesus completa esta mensagem com o
seu exemplo. Fato que nos conta Lucas no seu evangelho (4,21-30). Jesus passou
trinta anos em Nazaré, teve uma vida como outra criança normal, passou a
juventude fazendo o bem a todos, ajudou o pai na profissão de carpinteiro, até
que começou a sua vida pública. Um dia resolveu voltar a Nazaré. O povo o
estava esperando para ouvir o que Ele dizia e ver os milagres que fazia. Muitos
ficaram admirados com as suas palavras, mas, porque não fez os milagres que
eles esperavam, levaram-no até fora da cidade, com intenção de jogá-lo no
precipício, Para os homens amar é deixar eles que tirem vantagem da gente, e para
Deus amar é procurar a felicidade dos outros.
Nós somos as vítimas do nosso
egoísmo!
Monsenhor
Antonio Santcliments Torras
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