Nós
estamos preocupados pelas coisas materiais. Esta preocupação nos impede de ter
tempo para as coisas mais importantes como: a convivência familiar, a educação
dos filhos, o comprimento dos nossos deveres religiosos, até o relacionamento
com os amigos. Por outro lado, fomenta a nossa ambição pelas coisas materiais e
pelo consumismo que tiram a paz da família e compromete a educação dos filhos; leva-nos
a ser injustos e corruptos, deixando remorso em nossa consciência, tirando a
paz da família, e fazendo-nos responsáveis pela corrupção, pela fome, pela
violência e pela morte que dominam o mundo.
A vontade de Deus é que as coisas
sejam diferentes. Que nos preocupemos menos destas coisas materiais, que nos
escravizam e causam tanto sofrimento, e valorizemos mais as coisas espirituais
que deixam paz em nossa consciência, fazem-nos formadores de homens, e construtores
de um mundo onde, pelo respeito nos direitos dos outros, a paz e a felicidade
sejam uma realidade. Em todas as seitas religiosas do mundo se aprende a rezar,
uma coisa que Deus não nos ensinou; mas não aprendemos as duas coisas que o
Criador nos ordenou: cuidar, com carinho, de todas as coisas que havia criado
para o bem-estar de todos, e respeitar o direito que todos têm de participar destas
coisas.
Em que consiste ser homem? Poucas
pessoas se terão feito esta pergunta. Se nós a fizéssemos, certamente a maioria
diria: ser rico, ser poderoso, ter muitos diplomas, ou outras coisas materiais.
Isto é para os homens, mas Deus criou o homem “a Sua imagem e semelhança”, para
que perpetue a Sua presença no mundo, conservando, com o seu trabalho, a natureza
criada para o bem-estar de todos, e respeitando o direito que rodos têm de
fazer uso de todas as coisas criadas. Por isso, Deus criou o mundo para todos e
a todos deu a Sabedoria para cuidar dele
A palavra de Deus nos diz em que
consiste a dignidade da pessoa humana. O profeta Isaías (6,1-8) afirma: “Ai de
mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros”, por causa do
pecado. “Nisso, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa, que
retirara do altar com uma tenaz e tocou a minha boca, dizendo: Assim que isto
tocou os seus lábios, desapareceu tua culpa e teu pecado está perdoado. Ouvi a
voz do Senhor que dizia: Quem enviarei? Quem
irá por nós? Eu respondi: “Aqui estou, envia-me!”Assim Deus nos revela que Ele
nos chama e nos dá a sabedoria para cumprir a nossa missão. São Paulo (1Cor.15,1-11)
confessa que não merece ser chamado
apóstolo “porque persegui a Igreja de Deus. É pela graça de Deus que eu sou o
que sou, e Sua graça para comigo não foi estéril”.
São Lucas (5,1-11) afirma que Jesus
estava na margem do lago de Nazaré, e uma multidão apertava-se ao seu redor
para ouvir a sua palavra. Os pescadores estavam lavando as redes. Subiu numa barca, que era de Simão.
Quando acabou de falar disse a Simão: “Avança até águas mais profundas e lança
as redes. Simão respondeu: Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada
pescamos. Mas em atenção a tua palavra vou lançar as redes.” Apanharam tamanha
quantidade de peixes que precisaram pedir ajuda dos outros companheiros. Tiago
e João, que eram sócios de Simão, ficaram espantados. Jesus disse a Simão: “Não
tenhas medo! De hoje em diante. Tu serás pescador de homens.” Esta é a missão
de todos os membros da Igreja de Cristo. Nisto está a dignidade da pessoa
humana e a salvação do mundo: ser pescador de homens, ensinar à pessoa a ser
gente (filho de Deus).
Monsenhor Antonio Santcliments Torras
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