A sabedoria do povo, ainda que simples e analfabeto,
é a expressão da Sabedoria Divina, a encontramos manifestada nas antigas obras
de arte, na maneira de tratar a natureza e nos ditados populares. Um destes
ditados, diz: "A esperança é a
última que morre". Todos nós conhecemos este ditado popular, porém,
muitos não pensaram que a esperança é indispensável para a nossa vida, e que,
quando ela falta, entra o desespero. A Palavra de Deus deste domingo nos
convida a meditar o fundamento da nossa esperança, porque o desespero é o
castigo dos que se afastam de Deus.
Começa apresentando-nos a profecia de Ezequiel
(Ezequiel 17, 22-24) "Assim diz o
Senhor Deus: 'Eu mesmo tirarei um galho da copa do cedro, do mais alto dos seus
ramos arrancarei um broto e o plantarei sobre um monte alto e elevado. Vou
plantá-lo sobre o alto monte de Israel. Ele produzirá folhagem e dará frutos e
se tornará um cedro majestoso. Debaixo dele pousarão todos os pássaros, à
sombra de sua ramagem as aves farão seus ninhos. E todas as árvores do campo
saberão que eu sou o Senhor, que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa;
faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço".
Assim Deus anuncia a sua Igreja, fruto da árvore da cruz plantada na montanha
do Calvário, para acolher a todos os que O procuram.
São Paulo (2Coríntios 5, 6-10) nos explica o porque
devemos manter sempre viva a nossa esperança. "Irmãos, estamos sempre cheios de confiança e bem lembrados de
que, enquanto moramos no corpo, somos peregrinos longe do Senhor; pois
caminhamos na fé e não na visão clara. Mas estamos cheios de confiança e
preferimos deixar a moradia do nosso corpo para ir morar junto do Senhor. Por isso
também nos empenhamos em ser agradáveis a Ele, quer estejamos no corpo, quer já
tenhamos deixado esta morada. Aliás, todos nós temos de comparecer às claras
perante o tribunal de Cristo, para cada um receber - prêmio ou castigo - do que
tiver feito ao longo de sua vida corporal".
Jesus (Marcos 4, 26-34) afirma que precisamos da
virtude da esperança para termos segurança e viver em paz. Para que entendamos
isto, Ele se serve de duas parábolas: uma pessoal e outra comunitária. Na
parábola pessoal, lembra a história do lavrador que prepara a terra, espalha a
semente e descansa; espera a semente germinar, a planta crescer e a espiga
granar. Ele não entende como tudo isto acontece, mas ele espera ter uma boa
colheita. Esta parábola deveria ser meditada para tantos que hoje não plantam
porque não acreditam que Deus mandará a chuva necessária.
A dimensão comunitária apresenta-nos com a parábola
do grão de mostarda, que é a menor de todas as sementes, mas quando cresce, se
transforma numa árvore, onde os passarinhos podem fazer o ninho ou, quem
quiser, pode descansar em sua sombra. Esta parábola parece confirmação da
primeira leitura. Pode também ser aplicada em cada um de nós que fazemos parte
da Igreja de Cristo, e que, quando fomos concebidos no seio da nossa mãe,
éramos menores que um grão de mostarda, e, na medida em que crescemos, podemos
e devemos acolher a rodos os nossos irmãos do mundo em nosso coração. Assim
cumprimos a missão de ser presença de Deus no meio de todas as coisas criadas,
nos sentimos realizados e somos felizes.
O mundo que temos é o resultado da nossa falta de
esperança.
Monsenhor
Antonio
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