"Lembra-te
de santificar o sábado". Com estas palavras, tanto no Antigo como no Novo
Testamento, Deus nos pede para descansar uma vez por semana. Mas Jesus,
ressuscitando no primeiro dia da semana, deu-nos o exemplo de santificar o
domingo. Para o povo de Israel, que estava saindo da escravidão do Egito, onde
não tinha um dia de descanso, criou-se a regra de que não se podia fazer parte
do povo de Deus sem aprender a viver como ser humano, que, como todos os
animais, precisa descansar para cuidar da saúde do corpo, para sentir a
necessidade de procurar, também, a paz espiritual. Com a sua ressurreição,
Jesus nos confirma as duas coisas, igualmente necessárias: o nosso corpo exige
momentos de descanso; e o nosso espírito tem sede de segurança, de paz e de
felicidade, que, como são atributos divinos, afirmamos que temos sede de Deus.
Sobre esta realidade, a Palavra de Deus deste domingo convida-nos meditar por
ser indispensável, tanto para o nosso corpo como para a nossa alma.
Na Primeira Leitura (Deuteronômio 5, 11-15)
encontramos a passagem onde diz o Senhor: "Guarda
o dia de sábado para o santificares, como o Senhor teu Deus te mandou.
Trabalharás seis dias e neles farás todas as tuas obras. O sétimo dia é o
sábado, o dia de descanso, dedicado ao Senhor teu Deus. Não farás trabalho
algum nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu escravo, nem a tua
escrava, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem algum dos teus animais, nem o
estrangeiro que vive em tua cidade, para que o teu escravo e a tua escrava
repousem da mesma forma que tu". Estas palavras mostram-nos, com
evidência, o cuidado que Deus tem pela saúde material de todas as suas
criaturas.
São Paulo (2Coríntios 4, 6-11) nos ensina que Deus cuida
da vida material de todas as suas criaturas e nos oferece, também, todos os
dons necessários para a nossa segurança e a nossa paz espiritual, afirmando: "Irmãos, Deus que disse: ‘Do meio das
trevas brilhe a luz, é o mesmo que fez brilhar a sua luz: em nossos corações
para tornar claro o conhecimento da sua glória na face de Cristo. Ora, trazemos
este tesouro em vasos de barro, para que todos nós reconheçamos que este poder
extraordinário vem de Deus e não de nós”. E termina a leitura afirmando: "De fato, nós, os vivos, somos
continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de
Jesus seja manifestada em nossa natureza mortal". Disto tiramos a
conclusão que todos cristãos devemos ser presença de Cristo, para que o mundo
possa conhecê-lo por nosso intermédio. Assim como, por ele, conhecemos o Pai.
Jesus (Marcos 2, 23-28) afirma que, ainda que os
valores espirituais sejam superiores aos valores materiais, por serem eternos,
nós devemos valorizar os dois, porque precisamos deles para o nosso bem-estar e
a nossa felicidade. "Jesus estava
passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a
arrancar espigas, enquanto caminhavam. Então os fariseus disseram a Jesus: ‘Olha
por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?”. Jesus lhes
disse: “Por acaso, nunca lestes o que
Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome?
Como entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu
os pães oferecidos a Deus e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só
aos sacerdotes é permitido comer esses pães”. Depois Jesus entrou na
sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer
mal?". Como eles nada disseram, disse ao homem: "Estende a mão". Acrescentou: "O sábado foi feito para o homem e não o homem para o
sábado".
Monsenhor
Antonio
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