A idéia que aprendemos desde criança que
Jesus é o Filho de Deus feito homem, além de não ter fundamento bíblico, tira
todo o sentido da nossa vida. e contribui para que a pessoa humana tenha perdido
toda a sua dignidade, até chegar o momento em que qualquer animal têm mais
valor que a pessoa humana. Perdemos, também, a capacidade de raciocinar, até
começar a preocupar os cientistas pelo aumento de doenças mentais que está
acontecendo no mundo inteiro. Isto é uma manifestação de falta de ideal, que
acontece quando não é reconhecida a autoridade de Deus, ou se têm Dele uma
idéia errada. E uma das grandes idéias que aprendemos é que Deus faz tudo
sozinho, assim surgiu a expressão popular “seja o que Deus quiser”, quando na
Bíblia nos deixa claro que, depois que criou o homem, faz tudo por seu
intermédio. Jesus sempre se apresentou como “filho do homem.” Nunca como filho
de Deus. A palavra de Deus deste domingo nos convida a refletir neste sentido.
No livro de Josué (5,9-12)
encontramos: “Naqueles dias, o Senhor disse a Josué: Hoje tirei de cima de vós
o opróbrio do Egito.” Os israelitas estavam celebrando a Páscoa, a festa que os
libertou da escravidão de Egito, na planície de Jericó. Na terra de Canaã, que
Deus deu a Abraão e a sua descendência.
A partir de agora os israelitas não se alimentaram mais com o maná, mas dos
frutos que colheram da terra. Foi Deus que os libertou, mas por meio de Moisés.
Assim, Deus transformou a vida de Moisés e tirou seu povo da escravidão.
O apóstolo São Paulo na sua segunda
cata aos cristãos de Corinto (2Cor 5,17-21) afirma que Deus mudou a nossa vida
e nos oferece tudo o que nós precisamos através de Cristo e que, se imitamos o
seu exemplo e seguimos os seus conselhos, nos transformamos em novas criaturas:
“Irmãos, se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O mundo velho
desapareceu. Tudo agora é novo. E tudo vem de Deus, que, por Cristo, nos
reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Com efeito, em
Cristo Deus reconciliou o mundo consigo, não imputando aos homens as suas
faltas e colocando em nós a palavra da reconciliação. Somos, pois, embaixadores
de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos
suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. Aquele que não cometeu pecado.
Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos Justiça de Deus.” Com
estas palavras nos resume a missão confiada a Jesus, o filho de Maria, a mulher
escolhida por Deus para ser a mãe do seu povo, que Ele confia aos seus
discípulos, eles devem anunciar ao mundo inteiro. E todos os cristãos devem ser
seus colaboradores. Este é o sentido da quaresma: a renovação deste
compromisso.
Jesus percebeu que nem os seus
discípulos entendiam a mensagem do perdão e que Deus quer manifestar por nosso
intermédio e inventou uma das parábolas mais bonitas. São Lucas (15,1-32): Um
pai tinha dois filhos e um dia o filho mais novo diz ao pai, dá-me a parte de
herança que quero ir embora. Uns dias depois, pegando o que era dele, foi
embora. Lá gastou tudo em farras. Quando o dinheiro acabou sumiram todos os
amigos e amigas. Ele procurou trabalho e só encontrou um homem que o mandou ao
sitio para cuidar dos porcos. Lembrou que na casa do pai todos tinham pão com
fartura. Voltou para a casa do pai que o estava esperando e mandou preparar uma
festa. O irmão mais velho não queria participar. Para mostrar-nos que Deus nos
perdoa sempre. Mas a nós nos custa perdoar.
Por isso, de nós dependem tanto o
perdão como a violência!
Monsenhor
Antônio Santcliments Torras
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