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sábado, 30 de março de 2019

4º Domingo de Quaresma - EMBAIXADORES DE CRISTO

A idéia que aprendemos desde criança que Jesus é o Filho de Deus feito homem, além de não ter fundamento bíblico, tira todo o sentido da nossa vida. e contribui para que a pessoa humana tenha perdido toda a sua dignidade, até chegar o momento em que qualquer animal têm mais valor que a pessoa humana. Perdemos, também, a capacidade de raciocinar, até começar a preocupar os cientistas pelo aumento de doenças mentais que está acontecendo no mundo inteiro. Isto é uma manifestação de falta de ideal, que acontece quando não é reconhecida a autoridade de Deus, ou se têm Dele uma idéia errada. E uma das grandes idéias que aprendemos é que Deus faz tudo sozinho, assim surgiu a expressão popular “seja o que Deus quiser”, quando na Bíblia nos deixa claro que, depois que criou o homem, faz tudo por seu intermédio. Jesus sempre se apresentou como “filho do homem.” Nunca como filho de Deus. A palavra de Deus deste domingo nos convida a refletir neste sentido.
          No livro de Josué (5,9-12) encontramos: “Naqueles dias, o Senhor disse a Josué: Hoje tirei de cima de vós o opróbrio do Egito.” Os israelitas estavam celebrando a Páscoa, a festa que os libertou da escravidão de Egito, na planície de Jericó. Na terra de Canaã, que Deus deu a  Abraão e a sua descendência. A partir de agora os israelitas não se alimentaram mais com o maná, mas dos frutos que colheram da terra. Foi Deus que os libertou, mas por meio de Moisés. Assim, Deus transformou a vida de Moisés e tirou seu povo da escravidão.
          O apóstolo São Paulo na sua segunda cata aos cristãos de Corinto (2Cor 5,17-21) afirma que Deus mudou a nossa vida e nos oferece tudo o que nós precisamos através de Cristo e que, se imitamos o seu exemplo e seguimos os seus conselhos, nos transformamos em novas criaturas: “Irmãos, se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo. E tudo vem de Deus, que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Com efeito, em Cristo Deus reconciliou o mundo consigo, não imputando aos homens as suas faltas e colocando em nós a palavra da reconciliação. Somos, pois, embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. Aquele que não cometeu pecado. Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos Justiça de Deus.” Com estas palavras nos resume a missão confiada a Jesus, o filho de Maria, a mulher escolhida por Deus para ser a mãe do seu povo, que Ele confia aos seus discípulos, eles devem anunciar ao mundo inteiro. E todos os cristãos devem ser seus colaboradores. Este é o sentido da quaresma: a renovação deste compromisso.
          Jesus percebeu que nem os seus discípulos entendiam a mensagem do perdão e que Deus quer manifestar por nosso intermédio e inventou uma das parábolas mais bonitas. São Lucas (15,1-32): Um pai tinha dois filhos e um dia o filho mais novo diz ao pai, dá-me a parte de herança que quero ir embora. Uns dias depois, pegando o que era dele, foi embora. Lá gastou tudo em farras. Quando o dinheiro acabou sumiram todos os amigos e amigas. Ele procurou trabalho e só encontrou um homem que o mandou ao sitio para cuidar dos porcos. Lembrou que na casa do pai todos tinham pão com fartura. Voltou para a casa do pai que o estava esperando e mandou preparar uma festa. O irmão mais velho não queria participar. Para mostrar-nos que Deus nos perdoa sempre. Mas a nós nos custa perdoar.
          Por isso, de nós dependem tanto o perdão como a violência!


Monsenhor Antônio Santcliments Torras


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