Celebramos
o segundo domingo de Páscoa. Você pode pensar que deveria ser o primeiro
domingo. Para entender melhor o seu significado precisamos lembrar que o
demônio destruiu todo o Pano de Deus, enganando a Adão e Eva, que Ele havia
feito responsáveis pelo cuidado do mundo e de todas as coisas que tinha criado
para felicidade e bem-estar de todo o seu povo. Porém, depois do pecado, Ele
não podia confiar neles, e prometeu enviar outra mulher que, pela fidelidade à
Sua Palavra, seria a mãe que orientaria a seu povo. Esta mulher é Maria, a Mãe
de todos os filhos de Deus. O “primogênito” é Jesus, que, seguindo o exemplo e
os conselhos da Mãe, foi escolhido por Deus para ser exemplo e mestre para
todos os seus irmãos. Por isso diz para todos: “Eu vos dei exemplo para que
vocês façam a mesma coisa.” Depois, como todos, morreu; mas, pela sua
fidelidade à Sua palavra, Deus o escolheu como vítima de expiação pelo pecado
de todos os irmãos.
Com as palavras pronunciadas na cruz,
e na presença da Mãe: “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.” A partir
deste momento, teve início o Novo Povo de Deus. O momento mais significativo da
Vigília Pascal é a renovação das Promessas do Batismo, o sacramento que nos
leva a fazer parte da família de Deus, mas precisamos de uma mãe que, a exemplo
de Maria, nos prepare para este momento. Esta é a missão da família, sem ela a
paz e a felicidade das pessoas, das famílias, e até do mundo, são impossíveis.
Todas as leituras deste domingo, falam-nos
da necessidade da nossa vida em comunidade, seja familiar, comunitária, ou
universal, para ter certeza de contar com a presença do Pai. Os Atos dos
apóstolos (5,12-16), diz: “ Muitos sinais e maravilhas eram realizados entre o
povo pelas mãos dos apóstolos. Todos os fiéis se reuniam com muita união no
pórtico de Salomão. Nenhum dos outros ousava juntar-se a eles, mas o povo
estimava-os muito. Crescia sempre mais o número dos que aderiam ao Senhor pela
fé; era uma multidão de homens e mulheres.”
São João, no Apocalipse (1,9-11)
desterrado na ilha de Patmos, continua unido
às suas comunidades, e afirma: “Eu, João, vosso irmão e companheiro na
tribulação e também no reino e na perseverança em Jesus, fui levado a ilha de
Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho que eu dava de Jesus. No
dia do Senhor, fui arrebatado pelo Espírito e ouvi detrás de mim uma voz forte,
como de trombeta, a qual dizia: “O que vais ver, escreva-o num livro”.Com estas
palavras, João, mesmo longe das comunidades, manda, em nome de Deus, uma
advertência que serve para todas as comunidades do mundo, e de todos os tempos.
No evangelho, São João (20,19-31)
lembra que Jesus, no dia de sua ressurreição, apareceu aos seus discípulos,
estando todos reunidos, e confiou-lhes a missão, com estas palavras: “Ao
anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos
judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam reunidos, Jesus
entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois destas
palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegram por
verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me
enviou, também eu vos envio”. E depois de dizer isso, soprou sobre eles e
disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão
perdoados, a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos.”Assim, nos ensina
que em comunidade conhecemos a palavra de Deus e somos perdoados.
Monsenhor
Antônio Santcliments Torras
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