Afirmar
“eu sou cristão” ou “eu sou muito católico” é fácil, mas são palavras que não
resolvem nada. O importante é a vivência, ela dá sentido à nossa vida porque
mostra a realidade, e traz segurança e paz em nossa consciência. Normalmente
nós temos facilidade em esconder a nossa ipocrisia: afirmamos que temos muita
fé e que somos devotos de Nossa Senhora, e seguimos as teorias dos homens. Esta
realidade, Jesus vai enfrentar durante toda esta semana.
Começando neste Domingo de Ramos.
Aconteceu no tempo de Jesus, e está acontecendo até hoje em todas as paróquias
do mundo. Na hora de aclamar a Jesus como nosso Salvador e Mestre, encontramos as
pessoas humildes, as crianças e alguns jovens. Por isso, é chamado de Domingo
de Ramos, porque, ainda que é a manifestação das crianças, dos pobres e dos
humildes, ela é a mais importante de toda a quaresma. Eles não se envergonham
de sair aclamando a Jesus, cortando galhos das árvores para expressar a sua
alegria pela chegada de Jesus, que se havia escondido esperando a sua hora.
Neste momento já apareceram os
traidores, os responsáveis pela religião judaica: sacerdotes, mestres da lei, e
fariseus, que pediram para os discípulos, que estariam perto de Jesus: “peçam a
este povo que se cale”. Jesus ouviu, e respondeu-lhes: “Em verdade eu lhes digo,
se eles se calarem as pedras falarão”. A partir deste momento, as coisas
mudaram para a vida de Jesus e de seus discípulos, e a Igreja também muda na
sua liturgia.
São João, a partir do capítulo treze
do seu evangelho, nos conta a vida de intimidade que eles tiveram com Jesus. A
liturgia da Igreja, quando bem preparada, nos convida a participar desta
intimidade. Porém, seria bom, nós lermos, sem pressa, até o fim do evangelho.
Assim compreenderíamos o por quê João tinha uma vida tão íntima com Jesus, e o
por quê existem tantos que gostam desta intimidade. Porque só nela encontramos
a paz e a felicidade que todos procuramos.
“O poder das trevas!” Com estas
palavras, Jesus apresenta os traidores do plano do Pai. Ele afirma: “Eu sou a
luz do mundo!” Porque Ele foi escolhido pelo Pai para orientar, com o seu
exemplo e a sua palavra a todos os que estavam perdidos por causa do pecado,
reparar as suas conseqüências, e oferecer-nos a certeza de uma vida eterna. Por
isso, Jesus dá sentido à nossa vida e abre para todos nós o caminho para a vida eterna. Os filhos das
trevas são os instrumentos do demônio que nos convidam na prática do mal, a
provocar o sofrimento, e a morte eterna.
Continuando a leitura do evangelho de
São João, encontramos a história da Paixão, morte, e ressurreição de Jesus,
contada com mais detalhes que os outros evangelistas. Esta é a história que nós
vamos celebrar nesta Semana Santa. Esta é a história vida por Jesus para pagar
pelo nosso pecado. Porém, é, também, a história que todos precisamos viver por
causa dos nossos pecados. E, como aconteceu com Jesus, quem mais sofre as consequências
da maldade dos que, abusando do poder, praticam a injustiça, e usam de toda
classe de violência, são as crianças, os pobres, e os inocentes, que, à
semelhança de Jesus, também não tem como defender-se.
A Paixão de Jesus deve lembrar-nos os
sofrimentos do povo!
Monsenhor
Antônio Santcliments Torras
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