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quinta-feira, 18 de abril de 2019

A Ceia do Senhor - NOSSA INTIMIDADE COM DEUS


           Quando lemos o evangelho, descobrimos que os evangelhos de Mateus, de Marcos e de Lucas são tão parecidos que, por isso, são chamados de Evangelhos Sinópticos. Mas o evangelho de João é totalmente diferente. Durante muito tempo eu me perguntei o porquê desta diferença. Encontrei a resposta de que era porque ele tinha sido o último em escrever o evangelho e completou o que os outros evangelistas não haviam contado. Isto, porém, não me convenceu. O seu conteúdo é totalmente diferente dos outros evangelhos.
          O evangelho de João começa dizendo: “No princípio era o Verbo, o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus.” Estas palavras já dão para entender que ele não se limita em falar sobre a pessoa humana de Jesus, sobre o que Ele disse, e contar o que Ele fez. Mesmo reconhecendo que Ele era um homem igual aos outros em tudo, menos no pecado, mantinha uma vida de intimidade com o Pai. Depois Jesus dará provas de que isto é verdade, e o manifesta em todo o seu evangelho, sobretudo quando nos ensina a rezar o Pai-Nosso; mas, como nós temos dificuldade em entender as coisas, insiste em todo o seu evangelho, porque ela é o fundamento da nossa felicidade temporal e eterna.   
          A partir do capítulo treze do evangelho até o final, João apresenta-nos a necessidade que nós temos de vivermos esta intimidade com Deus, se queremos encontrar a paz e a felicidade que procuramos aqui na terra, e termos a certeza de consegui-la na eternidade.
          Na última Ceia, Jesus nos mostra como deve ser a nossa intimidade com o Pai, de uma maneira prática. E nos mostra com detalhes para que entendamos. Celebrou a primeira eucaristia, depois da última Ceia, com todos os seus discípulos, ao redor da mesma mesa, para que entendamos que é impossível a intimidade com o Pai, sem estar em comunhão com os irmãos. Mandando embora a Judas, demonstra-nos que os traidores não podem participar desta intimidade. Lavando os pés dos discípulos, ensina-nos que os que desejarmos participar desta intimidade com Deus, devemos provar a nossa intimidade com os irmãos ajudar-nos uns aos outros. Só depois de estar unidos entre nós, poderemos ter a certeza de conseguir a nossa intimidade com o Pai e participar da paz e da felicidade que só Ele pode dar-nos.  
          Isto é tão importante para a nossa vida cristã, tomarmos consciência da nossa dignidade humana, encontrar a paz e a segurança que nós procuramos, que Deus manda que, nos domingos, deixemos o nosso trabalho e a preocupação pelas coisas materiais, para o nosso encontro de intimidade com o Pai e com os irmãos, participando da Santa Missa, que é a renovação do gesto de intimidade que Jesus nos ensinou na quinta feira santa.
          Infelizmente, a maioria dos católicos estamos preocupados em saber se é pecado não participar da missa dominical, quando deveríamos estar preocupados pelo que estamos perdendo se, por falta de interesse, deixamos de participar ou vamos só por costume ou motivos sociais. Assim, desprezamos tudo o que Deus nos ensinou com a vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus.

          Nisto nós demonstramos se somos mensageiros da paz ou agentes da violência.

Monsenhor Antônio Santcliments Torras




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